quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ah! O Realismo e a Cozinha Portuguesa!!

Olá!


Hoje escolhi falar um pouco sobre o Realismo Português-Escola Literária pós Romantismo, cuja intenção era demover os ideais românticos, que responsabilidade! Sim, digo responsabilidade, pois  combater certos tabus românticos era,deveras, complicado, mas não impossível para estes literatas ! Afinal, as ideias de liberdade ,espalhadas pela Revolução Francesa, ganham a Europa no começo do século XIX .Já em l848 ,as lutas sociais e a profusão de ideias políticas e científicas marcariam o início de uma época  cheia de mudanças no modo de pensar, comportar , agir... .Nessa época, muda-se também o olhar das artes e da literatura- tornam-se mais descritivas, analíticas, críticas. Não à fuga da realidade, a proposta  realista é apontar as falhas sociais e assim possibilitar mudanças. Que movimento!!

A intenção aqui não é ser sala de aula rsrsr!! Mas, as boas informações são sempre bem-vindas, acredito!!
Também não poderia citar Eça de Queirós, escritor português, sem antes falar um pouco (daí que estes escritos não são  de porte acadêmico) sobre o período literário no qual estava inserido, a sua enorme contribuição e o legado  que deixou na literatura Realista.


Vamos ao Homem!

"O Realismo Como Nova Expressão de Arte" foi o título da quarta Conferência Democrática, realizada em l2 de junho de l871. Eça de Queirós foi quem a pronunciou, atacando o Romantismo (movimento literário anterior) Nesta conferência, Eça expõe os valores realistas, o caráter social e  transformador da Literatura sobre uma sociedade  cheia de tabus- obsoleta.Veja como ele se posiciona, em relação aos seus ideias realistas, ao escrever uma carta para seu colega literato "Teófilo Braga".

" Minha ambição é pintar a sociedade portuguesa, mostrar-lhe, como num espelho, que triste país eles formam-eles e elas. É o meu fim nas Cenas Portuguesas. É necessário acutilar o mundo oficial, sentimental , literário, agrícola, supersticioso-e, com todo  respeito pelas instituições de origem eterna,
destruir as falsas interpretações e falsas realizações que lhe dá uma sociedade podre. Não lhe parece você que um tal trabalho é justo?"( Eça de Queirós)

E  assim foram feitas as obras de Eça de Queirós:   O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, A Relíquia, Os Maias, A  Cidade e as Serras, entre outros romances e contos) . Dedicou-se , em suas linhas, a mostrar uma sociedade portuguesa com suas múltiplas  vertentes: a influência do clero, o dia a dia nas cidades provincianas( Sintra, Leiria,Torges, Vila Real...) a pequena e média burguesia de Lisboa, os intelectuais, os aristocráticos, enfim avida do  homem comum com suas particularidades e mazelas.

Em suas obras, Eça de Queirós , no segmento gastronômico, que também entra na sua proposta, já que para mostrar o cotidiano português, não é possível deixar de lado a culinária tão rica do povo português.São muitos doces artesanais, conventuais, elaborados com emoção!! Pastéis de Nata, Toucinho do céu, arroz doce, aletria...Ah!! E a comida é farta, bem feita, gostosa!! Açorda, bacalhau regado a azeite de oliva (olha aí a dieta mediterrânea!!), arroz de forno, sardinhas e frutos do mar em geral, entre outras especialidades, pois eles são versáteis na cozinha! Em Sintra( Patrimônio Mundia em l995-Unesco), num dos hotéis mais antigos da Península Ibérica( de l764), Eça costumava se hospedar e ficava sempre no mesmo quarto!! Pasmem-comia sempre o mesmo prato: lascas de bacalhau ! Quase dois séculos depois, ainda se pode hospedar no mesmo quarto que o escritor e pedir o mesmo prato!! Fiquei apaixonada pela cidade quando lá estive no ano passado- irresistível!! Eta, terrinha!!

Na continuação tem mais Portugal, Eça de Queirós e suas citações gastronômicas inseridas  em algumas de suas obras. E, claro, algumas receitinhas portuguesas , ai, ai!!

                                                        Até mais!


2 comentários:

  1. Eu sou fã do Eça! Acho muito divertido a forma como ele narra as cenas, se apegando aos mínimos detalhes, desde o bater de cílios até os cheiros esquisitos...kkkk! Muito bom! Dos docinhos portuguêses já citados por ele em algum livro que não me lembro agora, provei os travesseiros da Piriquita na própria deoceria (super antiga, em Sintra, que é um charme!) e os pasteizinhos de Belém, em Lisboa! ô saudade de viajar e provar essas delícias!

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